Bem na foto: Agatha empoderada até nas fotografias

Uma matéria de 23.08.2017 na HuffPostBrasil fala da postura de Agatha com relação a sua imagem em fotos:

Ninguém gosta de uma foto em que não sai bem. Menos ainda Agatha Christie, a icônica autora de mistérios policiais.

Isso ficou claro numa carta que a “rainha dos romances policiais” mandou a seu editor, Billy Collins, da editora Harper Collins. A carta será exposta este mês numa mostra promovida para festejar o bicentenário da editora.

“Recebi cartas de fãs diferentes manifestando espanto pelo fato de eu ser ‘uma senhora tão idosa'”, escreveu Christie, então com 59 anos, a Billy Collins em outubro de 1949 (um trecho da interação entre ela e o editor saiu no The Guardian.)

Mas o que deixou Christie mais irritada, e com razão, foi um comentário do produtor teatral Bertie Meyer, que, depois de ver a foto publicitária recente dela, decidiu abrir o jogo: “Francamente, Agatha, você está parecendo que tem uns 70 anos nessa foto”.

Em vez de mandar Meyer ficar quieto, Agatha Christie deu ouvidos ao que ele disse. Ela concordou que as fotos publicitárias não a estavam beneficiando em nada. Então, logicamente, disse a Collins algo como “que m…. é essa?”

“Ninguém gosta das fotos”, ela escreveu, “talvez porque parece que elas não foram retocadas nem um pouco, será? Só aparecem linhas e rugas, e afinal, diabos, não tenho 70 anos ainda, nem sequer 60.”

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Quando (ou onde) Hercule Poirot e Miss Marple (quase) se encontram

St Mary Mead

Uma curiosidade que pouca gente conhece é a ligação, ainda que indireta, entre Hercule Poirot e Miss Marple, nossos amados detetives agathachristianos, dois dos mais famosos do mundo em todos os tempos. Embora Agatha nunca tenha desenvolvido uma história em que ambos atuassem juntos (*), há alguns fatores que levam a crer que eles de alguma forma pertençam a um mesmo nicho ficcional:

[1] Como sabemos, Poirot se encontra em diversas ocasiões com Ariadne Oliver, escritora de romances policiais citado por Agatha em vários livros. Ariadne Oliver conheceu o Reverendo Dane Calthorp e sua esposa no romance “O Cavalo Amarelo”. O mesmo reverendo Calthorp e sua esposa são amigos de Miss Marple, como aparece em “A Mão Misteriosa”.

[2] Poirot conheceu a personagem Katherine Grey no inesquecível “O Mistério do Trem Azul”, e Katherine tem como cidade natal (a fictícia) St. Mary Mead (a mesma onde Miss Marple morava e atuava).

[3] Poirot conheceu o misterioso Mr. Robinson no livro “Um Gato Entre os Pombos” (o primeiro lido por mim, Tommy, em longínquos 1982). O mesmo Mr. Robinson esteve envolvido com mistérios do hotel onde Miss Marple estava hospedada em “O Caso do Hotel Bertram”.

Por último, é importante lembrar que “A Aventura do Pudim de Natal”, contendo seis contos e publicado em 1960, apresenta cinco histórias protagonizadas pelo detetive belga e, a sexta por Miss Marple, mas eles não se encontram efetivamente no livro.

E você, lembra de alguma outra ligação entre esses ou outros personagens de Agatha?

(*) Tomara que um dia alguém encontre, em alguma gaveta ou passagem secreta, um romance inédito que tenha os dois atuando juntos… Já pensaram?

Cormoran: Um Galbraith enquanto o Expresso não vem

A tão aguardada nova versão do “Assassinato no Expresso do Oriente” só estreia em novembro de 2017: como sobreviveremos à espera? Melhor então ficar com a notícia da estreia da adaptação televisiva dos livros de detetive de Robert Galbraith, ou melhor, a grande J. K. Rowling, via The Sun e blog LiteraturaPolicial.com. Segundo o jornal The Sun, a adaptação do primeiro livro, ‘O Chamado do Cuco’, será lançada em 10 de agosto de 2017 no British Film Institute, e deve ser transmitida ainda este mês pela BBC One:

A adaptação foi dividida em três episódios de uma hora.

A BBC também anunciou planos para adaptar o segundo livro, ‘O Bicho da Seda”, e o terceiro livro, ‘Vocação do Mal’, em mais duas séries, cada uma composta por dois episódios de uma hora. Os livros retratam a vida de Cormoran Strike, um veterano de guerra que acaba trabalhando como detetive particular em Londres. O detetive é interpretado pelo ator Tom Burke, e Holliday Grainger faz sua assistente, Robin Ellacott.

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Em ‘O chamado do cuco’, uma modelo problemática cai para a morte de uma varanda coberta de neve. Todos presumem que ela tenha cometido suicídio. No entanto, seu irmão tem suas dúvidas e decide chamar o detetive particular Cormoran Strike para investigar o caso.

As filmagens de The Cormoran Strike Mysteries aconteceram em Londres, em novembro de 2016. Também foi confirmado que JK Rowling será a produtora executiva da série, mas não assinará pelos roteiros. A autora está escrevendo o quarto livro da série, e já adiantou que o título será ‘Letal White’ (Branco Letal, em tradução livre). Leia o post completo em

https://literaturapolicial.com/2017/08/07/
cormoran-strike-quando-vai-estrear-a-serie-policial-de-jk-rowling/

Traduções: Um artigo sobre oralidade e pós-colonialismo

Num PDF disponível no endereço…

https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/5012683.pdf

… há um artigo — de Vanessa Lopes Lourenço Hanes, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC – CAPES) e University of Antwerp — que trata das “representações escritas do discurso oral dos personagens de Agatha Christie nas traduções brasileiras, com destaque para o registro utilizado nos diálogos entre eles”:

Os dados levantados no estudo revelam que os livros de Agatha Christie representam claramente trocas culturais entre a América Latina e a Europa, reiteradas pelos achados de outros pesquisadores do tema, e ensinam sobre semelhanças na forma como a questão da oralidade tem sido abordada nacional e internacionalmente nas traduções de Agatha Christie, dando pistas sobre quais os elementos determinantes nesse processo no Brasil. As hesitações, exclusões, escolhas e estratégias demonstradas nesses dois textos representam opções sistemáticas da Agatha Christie brasileira que obviamente refletem considerações coloniais em termos de línguas, mas também em termos de gêneros literários.

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Nimrod: Cidade destruída

Matéria da Reuteurs traduzida pelo Globo Online fala da destruição de Nimrod (também grafada no ocidente como Ninrode, Nemrod ou Nimrud), cidade onde Agatha morou em uma fase de sua vida:

Somente as memórias do tempo em que Agatha Christie viveu na cidade iraquiana de Nimrod permanecem no local. A casa de tijolos de barro onde a autora britânica de “Assassinato no Expresso do Oriente” morou, há muito tempo já não existe. Se Christie estivesse viva, ela provavalmente estaria chocada com o que aconteceu com a cidade assíria onde ela trabalhou ao lado de seu marido arqueólogo há 50 anos.

O Estado Islâmico destruiu Nimrod com tratores, martelos e dinamites há três anos como parte de seu ataque ao patrimônio cultural do Iraque. As forças militares iraquianas retomaram o local no início de sua campanha de expulsão dos jihadistas de Mossul, que fica cerca de 30km ao Norte. A casa onde Christie viveu foi derrubada alguns anos antes da chegada do grupo extremista, e as pessoas que a conheceram já morreram. Porém, seu nome ainda é reconhecido pelos moradores locais, ainda que alguns não saibam por que ela é famosa.

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No original:

Agatha Christie lived here once, but only memories remain of the time the best-selling crime writer spent among the ruins of the ancient Iraqi city of Nimrud.

The mud-brick house where the British author of “Murder on the Orient Express” once stayed is long gone. If she were alive today, she would probably be shocked by what has befallen the Assyrian city where she worked alongside her archaeologist husband five decades ago.

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Islamic State attacked Nimrud with bulldozers, jackhammers and dynamite three years ago as part of their general assault on Iraq’s cultural heritage.

Iraqi military forces retook the site early in their campaign to drive the jihadists out of Mosul, which lies about 30 km (20 miles) north.

The house where Christie lived on site was knocked down some years before that, and the people who knew her have all died. But her name still stirs recognition among locals, although most do not know what she is famous for.

“We just know that she was British,” said Abu Ammar, who lives in the closest village to the ruins.

Famed for her detectives – Miss Marple and Hercule Poirot – Christie is listed by Guinness World Records as the best-selling fiction author of all time. Her 78 crime novels have sold 2 billion copies in 44 languages.

Leia a matéria completa clicando aqui.

Leia também:
Agatha & Arqueologia: dois artigos interessantes

No Wikipedia:

Os escritos rabínicos derivaram o nome Ninrode do verbo hebraico ma·rádh, que significa “rebelar”. Assim, o Talmude Babilônico (Erubin 53a) declara: “Então, por que foi ele chamado de Ninrode? Porque incitou todo o mundo a se rebelar (himrid) contra a Sua soberania.” — Encyclopedia of Biblical Interpretation (Enciclopédia de Interpretação Bíblica), de Menahem M. Kasher, Vol. II, 1955, p. 79.

A respeito do nome , o orientalista E. F. C. Rosenmüller escreveu: “O nome Ninrode deriva de [ma·rádh], ‘ele se rebelou’, ‘ele desertou’, segundo o significado hebraico.” Rosenmüller explica ainda que “os orientais têm o costume de se referir muitas vezes às pessoas de destaque por outro nome dado após a sua morte, e por isso às vezes há uma notável harmonia entre o nome e os atos da pessoa”.

Leia mais em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nimrod

A Torre de Babel de Pieter Bruegel retrata uma inspeção de cantaria comum de Ninrod

A Torre de Babel de Pieter Bruegel retrata uma inspeção de cantaria comum de Ninrod