Portal do Destino: Plantas dos jardins dos Beresford e seus vizinhos

Várias plantas com nomes curiosos e algumas não muito comuns por aqui são citadas em “Portal do Destino”, a última participação de Tommy e Tuppence Beresford nos livros de Agatha Christie (“Postern of Fate”, de 1973). Algumas delas estão listadas aqui:

— RAINHA-CLÁUDIA

“Greengage” = The greengages are a group of cultivars of the common European plum. The first true greengage came from a green-fruited wild plum which originated in Iran (Persia). Greengages are grown in temperate areas and are known for the rich, confectionery flavour. They are considered to be among the finest dessert plums. [Fonte: Wikipedia]

No site Amelia Palmela:

Nome científico: Prunus Sátiva.
Nomes populares: Ameixeira Rainha Claudia Verde, pruna.
Variedade: Rainha ClaudiaVerde.
Família: Rosaceae.
Origem: Espanha.

Generalidades: As ameixeiras são da zona temperada (Rainha Claudia Verde, Stanley e President), e por isso precisam do frio no inverno, embora se adaptem melhor a altitudes entre 600 e 1000 m. Embora a floração seja tardia, também pode ser afetada pelas geadas da primavera. As ameixas japonesas são árvores da zona quente-temperada (Golden Japan, Red Beauty, Black Gold, Santa Rosa e Black Diamond), elas também sofrem muito com invernos amenos, após os quais a vegetação começa com dificuldade.

No InfoPedia:

1. BOTÂNICA variedade de ameixeira (Prunus domestica) que produz frutos pequenos, doces, de coloração esverdeada ou amarelada; caranguejeira
2. fruto dessa variedade de ameixeira; carangueja, caranguejeira

Do francês reine-claude, «idem», a partir da expressão prune de la reine Claude, «ameixa da rainha Cláudia», rainha consorte de França por casamento com Francisco I (1494-1547), que viveu entre 1499 e 1524

No site SerrAlves:

A variedade Rainha Cláudia parece ter sido introduzida em França no Séc. XVI pelo botânico Pierre Belon. A esta variedade de ameixeira, a esposa do rei François I, grande apreciadora dos seus frutos, deu o seu próprio nome: “Reine Claude”. A sua origem é no entanto muito mais antiga remontando provavelmente à antiga Grécia. Muito cultivada em França desde então, a ameixeira Rainha Cláudia deu origem a numerosos híbridos e mutantes, constituindo uma grande diversidade de cultivares, que os agricultores foram propagando ao longo dos anos.

Sobre a Rainha Claudia:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cl%C3%A1udia_de_Fran%C3%A7a

— ERVA-DEDAL

“Digitalis purpurea” = A Digitalis purpurea L., comummente chamada dedaleira, pelo formato de suas flores que lembram dedais, é uma erva lenhosa ou semilenhosa da família Scrophulariaceae, nativa da Europa. É usada como planta ornamental, com inúmeras variedades hortícolas de flores róseas ou brancas. É excelente para bordaduras e maciços, jardineiras ou vasos. Se impedida de terminar o ciclo através do corte de uma inflorescência murcha, a dedaleira torna a florescer. [Fonte: Wikipedia]

No InfoPedia:

Digitalis purpurea: planta herbácea, venenosa, de que se extrai a digitalina, pertence à família das Escrofulariáceas e tem flores tubulosas em forma de dedal, de coloração rósea ou branca, sendo também conhecida por abeloira, digital, dedaleira, tróculos, etc.

Um post sobre ela de 2008:
https://acasatorta.wordpress.com/2008/11/14/digitalina/

A digitalina, aliás, é um dos posts mais visitados (sobre venenos, junto com estricnina e ricina) deste nosso A Casa Torta desde a sua criação. Veja a seção Crimes Reais & Venenos:
https://acasatorta.wordpress.com/category/crimes-reais-venenos/

— HELÉBORO-BRANCO

No site Ervas e Insumos:

O Heléboro Branco é uma planta bulbosa e que possui um caule robusto. Ela apresenta uma altura de aproximadamente 60 a 120 centímetros. O rizoma é pequeno e cilíndrico. As folhas basais são verticiladas, largas, variando de elípticas para lanceoladas e com nervuras. A inflorescência é disposta em racemo medindo de 30 a 60 centímetros de comprimento e as flores são de cor branco-amareladas.

No WikiSpecies:

Planta medicinal, tóxica, da espécie Veratrum album:
https://species.wikimedia.org/wiki/Veratrum_album

No InfoPedia:

Planta herbácea, perene e rizomatosa, encontrada na Europa e na Ásia, tem caules eretos e pubescentes que atingem cerca de 1,75 metros de altura, folhas basais grandes de formato lanceolado ou obovado e flores alvacentas em panículas densas, sendo as raízes e as sementes ricas em alcaloides utilizados medicinalmente e como pesticida.

— CAPIM-DOS-PAMPAS

No site da revista Casa e Jardim em 2021:

O capim-dos-pampas (Cortaderia selloana) ficou conhecido por suas inflorescências, que parecem grandes plumas de coloração branca, amarelada ou arroxeada. Além do uso em arranjos, a espécie é indicada para criar maciços em jardins e até cercas-vivas. Isso graças a seu impressionante tamanho: suas folhagens podem atingir até 3 m de altura.

No site Flores e Folhagens:

O Capim dos Pampas – Cortaderia selloana é uma herbácea rizomatosa, pertence à família Poaceae, nativa do sul do Brasil e Argentina, perene, ereta, entouceirada, de 1,5-3 metros de altura e com o mesmo em largura. Possui numerosos colmos e densa folhagem. Folhas lineares, longas com 1-2 metros de comprimento e 1 cm de largura, com arestas bem afiadas que podem cortar, de cor verde azulada ou cinza-prateado. Inflorescências constituidas por plumas grandes, densas, branco-prateadas. Ocorre uma forma de plumas arroxeadas e outra rara amarelada. Surgem no verão e outono.

— LOURO-RAJADO

“Freijó” = Cordia goeldiana é uma árvore da família Boraginaceae, nativa da América do Sul. Possui diversos nomes populares tais como: freijó, frei-jorge, freijó-branco, freijó-preto, freijó-rajado, freijó-verdadeiro, louro-freijó, brazilian-walnut (USA), laurel-blanco (América Latina), salmwood (UK). [Fonte: Wikipedia]

DarkSide Books: Dicionário Agatha Christie de Venenos em português

A DarkSide Books apresenta a obra “Dicionário Agatha Christie de Venenos”:

A grande dama do romance policial, Agatha Christie, se deleitava ao usar venenos para matar as vítimas em seus romances. O extenso conhecimento da romancista sobre química influenciou o uso da técnica em suas histórias, e ela acabou nos envenenando com seu talento também.

O lançamento é para todos os fãs de Christie, de mistério e de true crime, mas também para aqueles que gostam de conhecer a ciência e o raciocínio lógico que se esconde por trás de grandes obras literárias. Uma verdadeira celebração do uso da ciência pela eterna Dama do Crime.

Pré-venda na loja oficial da DarkSide:
http://bit.ly/Dic-AgathaChristie

Leia também [post de 2017]:
Poções de Agatha: Arsênico, Ricina, Digitalina e outros venenos em novo livro

Posts relacionados a venenos:
https://acasatorta.wordpress.com/category/crimes-reais-venenos/

Mistério com espião? Chamem por Poirot!

A matéria é do Globo Online… Agente
neurotóxico? Melhor chamar Poirot…

A Rússia ironizou as acusações feitas pelo Reino Unido de que seu governo teria sido responsável pelo ataque com um agente neurotóxico que deixou um ex-espião em estado crítico, em Salisbury (Sul da Inglaterra), neste mês. A embaixada em Londres afirmou que o caso é um mistério que precisa da atenção de alguém como o detetive fictício Hercule Poirot, da escritora Agatha Christie.

No domingo, a embaixada já havia ironizado que era necessário contar com Poirot (…).

O ex-espião Sergei Skripal e sua filha Yulia estão em estado crítico depois de desmaiarem em um banco em Salisbury em 4 de março.

Leia a matéria completa clicando aqui.

Ingredientes da morte: Venenos utilizados por Agatha Christie em seus livros

Da lista de mais de 1.100 posts publicados nesses 10 anos em nosso blog “A Casa Torta”, desde janeiro de 2008, alguns temas são bastante populares: bolo de café, charuto de repolho, flores, pudins, moedas… mas certamente (se juntarmos todas as buscas por Curare, Arsênico, Estricnina, Atropina…) nada é tão procurado quanto… venenos! Abaixo, alguns dos posts que trataram deste curioso tema:

Poções de Agatha: Arsênico, Ricina, Digitalina e outros venenos em novo livro [02.12.2017]

Torre Abbey e as plantas venenosas dos livros de Agatha [24.11.2009]

A senhora perita em venenos [04.09.2008]

Amêndoas & Venenos [24.01.2008]

Atropina [03.11.2008]

Ricina [06.08.2008]

Ptomaína [26.07.2008]

Curare [06.05.2008]

Arsênico [15.04.2008]

Estricnina [18.03.2008]

Verde de Scheele [12.02.2008]

Não nos responsabilizamos pelo uso de nenhuma dessas substâncias: reclamem com Agatha… 🙂

Poções de Agatha: Arsênico, Ricina, Digitalina e outros venenos em novo livro

Post do Literatura Policial no Facebook:

Todos os venenos usados por Agatha Christie nos livros nesta edição em inglês, saindo hoje de 74,15 por R$ 35,24. Achei bem interessante! O livro foi escrito pela química Kathryn Harkup, que analisa em cada capítulo um livro diferente e investiga o veneno usado pelo assassino. Alguém já leu? Mais aqui: amzn.to/2AiN425

SINOPSE
People are fascinated by murder. The popularity of murder mystery books, TV series, and even board games shows that there is an appetite for death, and the more unusual or macabre the method, the better. With gunshots or stabbings the cause of death is obvious, but poisons are inherently more mysterious. How are some compounds so deadly in such tiny amounts?

Agatha Christie used poison to kill her characters more often than any other crime fiction writer. The poison was a central part of the novel, and her choice of deadly substances was far from random; the chemical and physiological characteristics of each poison provide vital clues to the discovery of the murderer. Christie demonstrated her extensive chemical knowledge (much of it gleaned by working in a pharmacy during both world wars) in many of her novels, but this is rarely appreciated by the reader.

Written by former research chemist Kathryn Harkup, each chapter takes a different novel and investigates the poison used by the murderer. Fact- and fun-packed, A is for Arsenic looks at why certain chemicals kill, how they interact with the body, and the feasibility of obtaining, administering, and detecting these poisons, both when Christie was writing and today.

Para comprar, clique aqui:
https://www.amazon.com.br/gp/product/B00WK3FGSQ/

Portugal: Exposição Agatha Christie e as Plantas

Uma exposição denominada “De St. Mary Mead ao Cairo – Agatha Christie e as Plantas” está à disposição do público em Beja (cidade portuguesa, capital do Distrito de Beja, na região Baixo Alentejo, Portugal), desde 15.06.2011:

O Museu Botânico do Instituto Politécnico de Beja apresenta imagens e objectos (sementes, frutos, folhas) que evocam as plantas utilizadas por Agatha Christie — como veneno (cianeto, estricnina, atropina, etc.) ou apenas plantas típicas dos ambientes onde decorreram as acções dos romances (palmeira-tamareira, palmeira-de-Tebas, fidalguinhos).

Em junho e julho de 2011, o Museu Botânico fica aberto às quartas e quintas-feiras de 9h às 12:30h e das 14h às 17h. Visitas poderão ser marcadas, em outros horários, através dos e-mails:

museu@ipbeja.pt
p.nozes@ipbeja.pt

Guy Fawkes – A Noite da Fogueira

O inspetor-chefe estava acompanhado por um homem maduro, pequeno, de testa larga e grandes bigodes à militar, que agora sorria consigo mesmo.
Très bien, Japp. Meus parabéns. Foi um belo sermão.
– Essa história de pedir dinheiro para fazer o espantalho do Guy Fawkes não passa de uma desculpa esfarrapada para mendigar – disse o inspetor, ainda indignado.
– Uma tradição interessante – refletia Hercule Poirot. Os fogos de artifício continuavam a explodir – bang, bang – , mas o homem e seu crime já foram esquecidos.
O detetive da Scotland Yard concordou.
– A maioria desses garotos nem sabe quem foi Guy Fawkes.
– E a confusão só tende a aumentar. Daqui a pouco vai haver quem não saiba se esses feu d’artifice de 5 de novembro celebram um dia de honra ou a vergonha nacional. Afinal, tentar dinamitar o Parlamento inglês terá sido pecado ou virtude? (Agatha Christie, Assassinato no Beco, Nova Fronteira/2005, pág. 7)

 

Guy Fawkes

Guy Fawkes

 

É engraçado, pensando agora, no quanto eu era desligada na adolescência. Li esse livro da Duquesa da Morte lááá aos 16 anos pela primeira vez. Depois vi mais uma referência em Jane Eyre quando tinha uns 17 ou 18 e não liguei um ao outro. Só muito tempo depois, quando Alan Moore jogou-me na cara em V de Vingança, é que fui me interessar por Guy Fawkes.

Guido ou Guy Fawkes era um católico inglês que participou da Conspiração da Pólvora em 1605, junto com outros 12 jovens. O objetivo era assassinar o rei protestante James 1º [sucessor de Elizabeth 1ª e filho de Mary Stuart ou Mary Rainha da Escócia, católica], ao explodir a Casa dos Lordes durante a Abertura do Parlamento. A Casa dos Lordes e a Câmara dos Comuns funcionam no mesmo local, o Palácio de Westminster.

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Sobrevivente de caso que inspirou Agatha Christie lança livro

Capa d livro

Capa do livro

Atenção: o texto a seguir pode conter spoilers da peça de teatro A Ratoeira/The Mousetrap e do conto Três Ratos Cegos/Three Blind Mice.

O texto é a tradução livre de um artigo publicado no dia 23 de fevereiro no The Independent [leia o original em inglês clicando no link].

“Um livro de não-ficção baseado nos eventos que inspiraram A Ratoeira de Agatha Christie está previsto para ser publicado pela HarperCollins, anunciou o The Bookseller no dia 17 de fevereiro. Escrito por Terrence O’Neill, cuja história e testemunho à corte inspirou a peça de Christie, Someone To Love Us [“Alguém Para Nos Amar”, em tradução livre] será publicado em 4 de março [na Inglaterra; e no dia 1º de abril na Austrália].

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Inspirações da vida real

Hotel Savoy, Mussoorie, India

Hotel Savoy, Mussoorie, India

O jornal Deccan Herald publicou um artigo sobre hotéis mal-assombrados na Índia. O primeiro hotel mencionado foi o próprio hotel Taj Mahal, que recentemente foi alvo de ataque terrorista em Mumbai (antiga Bombaim). Segundo contam, o arquiteto que o projetou cometeu suicídio quando descobriu que seu projeto foi construído ao contrário e seu fantasma assombra a ala antiga do hotel.

O segundo hotel citado é o Savoy de Mussoorie, cuja construção iniciou-se em 1890 (ano de nascimento de Agatha Christie) e foi inaugurado em 1902. Dizem que o fantasma de Lady Garnet Orme (ou Lady Gore Ormsby, ou Lady Ormsby, ou Ormsby Gore, dependendo da fonte consultada) assombra os halls e corredores do hotel. Lady Garnet Orme, proprietária, foi encontrada morta em circunstâncias suspeitas, no início dos anos 1910. Encontraram estricnina em sua garafa de remédio, mas ninguém descobriu como isso foi feito. O crime causou sensação na época e foram executadas leituras de bola de cristal e sessões de levitação de mesa para descobrir o que se passou, já que a vítima era praticante de ocultismo. Mais tarde, seu médico morreu envenenado com estricnina, embora não no hotel.

Um vidente declarou ter descoberto a identidade do criminoso mas nada põde ser provado. O escritor Rudyard Kipling escreveu a Sir Arthur Conan Doyle (adepto do espiritismo) suplicando para que usasse o caso em uma nova aventura de Sherlock Holmes, mas quem aproveitou a trama foi Aagtha Christie, em seu livro de estréia O misterioso caso de Styles.

Situated on a hill above the town is the Savoy Hotel, named after the Savoy in London. Its grounds are so huge that it has its own post office, and it’s the biggest of all hill station hotels in India. It has two large tennis grounds, a beer garden (very unusual for India) and a small park with huge old deodar trees. It is built in the shape of a hoof iron with two long flights of spacious rooms and a large terrace, a bar, a restaurant and conference rooms at the end. The atmosphere is simply wonderful. Built about 100 years ago, the building has remained mostly unchanged, and though some corners have deteriorated the whole place has the flair of an old English upper class hotel from an Agatha Christie novel. And in fact, Agatha Christie used the circumstances of a crime committed here for her first novel, as a certain Lady Garnet Orme was poisoned with strychnine and her ghost is still said to haunt the hotel in the dark hours before dawn.(Blog de viagem de Leon Meyer, 2002)

According to the story, Contém spoilers → the husband who is a serial killer buys this property from his wife’s money and they come here to stay. The husband plots to kill his wife but by the twists and turns of the event is himself killed. ← Fim do spoiler It was an eerie resemblance. (The ghost & Agatha Christie)

The Savoy is famous because it was the inspiration of Agatha Christie’s first book, and the owner, Lady Ormsby, was murdered here via cyanide, and her murderer was never found. Lonely Planet said that the place is still haunted with her ghost. Meeting the ghost of Lady Ormsby at the Mussoorie Savoy)

Fotos er elato de Peter Moss.

Reserve um quarto no Hotel Savoy indiano.

Digitalina

– Sei mais ou menos o que houve – disse Mrs. Bantry. – Envenenamento pela digitalina. Está certo?
O Dr. Lloyd assentiu de cabeça, comentando o seguinte:
– O princípio ativo da chamada erva-dedal, a digital, age sobre o coração. Na realidade, trata-se de uma droga muito valiosa em certas perturbações cardíacas. (Os Treze Problemas, Nova Fronteira)

Dedaleira ou campainha (Digitalis purpurea L.)

Dedaleira ou campainha (Digitalis purpurea L.)

A digitalina é extraída da Digitalis purpurea L., uma planta herbácea em forma de touceira que apresenta flores roxas, amarelas ou brancas em forma de dedal ou campainha, daí seus nomes em português: erva-dedal, dedadelira ou campainha. Em inglês é conhecida pelo nome Foxglove (luva de raposa) devido à antiga crença de que as raposas vestiam as flores nas patas para abafar seus passos e invadir os galinheiros sem acordar as galinhas.

Pertence à família da escrofulária. Na medicina, a digitalina, em pequenas quantidades, pode ser usada para tratar certas deficiências cardíacas.

A dedaleira cresce de 60 cm a 1,20 m de altura. As folhas longas e ovais brotam ao longo dos caules. As de cores mais fortes podem apresentar maior ou menor quantidade de pintas e crescem de um só lado do pendão. As dedaleiras têm, em geral, dois anos de vida. As sementes novas devem ser plantadas anualmente para manter a planta em floração contínua.

O veneno é retirado de todas as partes da planta e bastam apenas três folhas para obter uma dose mortal.

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Pilocarpina

Miss Marple olhou em derredor, adiando seu momento de triunfo:
– Pilocarpina. (…) Eu virei rapidamente as páginas do livro até encontrar a indicada no índice. Contém spoiler –>  Li a respeito da pilocarpina e de seus efeitos sobre a visão e outras coisas, que pareciam não ter qualquer relação com o caso. Finalmente cheguei à frase mais significativa: tem sido experimentada com êxito como antídoto para o envenenamento pela atropina. <– Fim do spoiler (Os treze problemas, Nova Fronteira, pág. 84)

Estrutura quimica da pilocarpina

Estrutura química da pilocarpina

Pilocarpina é um alcalóide extraído das folhas da planta jaborandi (Pilocarpus pennatifolius), uma espécie vegetal disponível somente no Brasil. O jaborandi é conhecido há vários séculos pelos índios tupi-guarani que a chamavam de yaborã-di (planta que faz babar) e indicada sempre que se queira aumentar a produção de suor (gripe, edemas ou hidropisia). Esta planta é um arbusto do gênero Pilocarpus, de ocorrência natural em algumas regiões do norte/nordeste do Brasil, especificamente entre o Maranhão e o Piauí, que tem folhas claras podendo chegar até dois metros de altura. Suas folhas estão repletas de pequenas bolsas secretoras que quando esfregadas soltam um cheiro semelhante ao da laranja.

Efeitos colaterais
Redução da acuidade visual sob iluminação deficiente; espasmo ciliar; irritação ocular; congestão vascular conjuntival; cefaléia temporal ou supra-orbitária e indução de miopia, principalmente em pacientes jovens, que iniciaram recentemente a administração.

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Atropina

E no mesmo livro de Medicina, que eu continuei lendo, uma parte desse livro era interessantíssima, fiquei informada dos sintomas de envenenamento pela ptomaína e pela atropina. Não eram muito diferentes entre si. (Os treze problemas, Nova Fronteira, pág. 86)

Estrutura quimica da atropina

Estrutura química da atropina

A atropina é um alcalóide, encontrado na planta Atropa belladonna e outras de sua família. A Atropa belladona (ou erva-moura mortal) fornece principalmente o alcalóide Atropina (dl-hiosciamina). O mesmo alcalóide é encontrado na Datura stramonium, conhecida como estramônio ou figueira-do-inferno, pilrito, ou ainda maçã-do-diabo.

Tem absorção veloz no trato gastrintestinal. Ela também chega a circulação quando for aplicada topicamente na mucosa do corpo. A absorção pela pele íntegra é pequena, embora seja eficiente na região retroauricular (atrás da orelha). O metabolismo hepático é responsável pela eliminação de aproximadamente 50% da dose, enquanto o restante é eliminado inalterado na urina. A atropina atravessa a barreira placentária. A atropina é absorvida rapidamente pelo trato gastrintestinal. Tem meia-vida de cerca de 2 horas.

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Botulismo

– (…) Estava convencido de que a morte de Mrs. Jones fora causada pelo botulismo. A ceia, naquela noite, consistira em lagosta enlatada, salada, bolo confeitado, pão e queijo. (Os treze problemas, Nova Fronteira, pág. 13)

Bactéria Clostridium botulinum

Bactéria Clostridium botulinum

“Não dê mel aos bebês” é uma das regras que fazem parte da lista de coisas que você deve saber (como “não misture amônia com cloro” e “não use areia de praia para fazer concreto”) e que precisam de mais divulgação porque são muito importantes.

A palavra botulismo descreve um tipo de intoxicação. Uma classe de bactérias chamada Clostridium botulinum que cria uma proteína chamada toxina botulínica, e essa proteína é a causa do botulismo. A toxina botulínica invade as células nervosas estimulantes no lugar em que elas se encontram com as fibras musculares e bloqueia essa ligação para que nenhum sinal consiga passar. O resultado é a paralisia, e em casos graves ela imobiliza o paciente completamente e pode levá-lo à morte.
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Veronal

Poirot não respondeu à pergunta. Em vez disso, retrucou:
– Mandou chamar o médico? O que foi que ele disse?
– Tomou uma dose excessiva de comprimidos para dormir. Oh! Que lástima! Uma moça tão boa. Essas drogas são um perigo… uma coisa horrível. Veronal, ele disse que era isso. (Treze à mesa, Nova Fronteira, 2005, pág. 82)

Estrutura quimica do veronal

Estrutura química do veronal

Veronal (ou Medinal, barbital, barbitone, barbiturato de dietila, dietilmalonilurea) é o nome comercial do primeiro sedativo e sonífero do grupo dos barbitúricos. Foi introduzido no mercado em princípios do século XX. Seus descobridores foram os Prêmios Nobel Emil Fischer e o médico Joseph von Mering. Segundo uma anedota o nome se deve ao fato de von Mering ter tomado uma dose do medicamento num trem e ter despertado somente na cidade de Verona (Itália). O veronal tem propriedades hipnóticas. Seu elevado tempo de semidesintegração no corpo de mais de 100 horas provoca uma ação prolongada que paralisa quase todas as funções corporais. (Wikipedia)

– Veronal é um negócio muito inseguro. Pode-se tomar uma quantidade danada sem risco nenhum e pode-se tomar uma coisinha de nada e era uma vez. Por isso é que é uma droga perigosa. (Treze à mesa, Nova Fronteira, 2005, pág. 90)

O veronal foi considerado uma melhoria em relação aos hipnóticos disponíveis. Seu sabor era levemente amargo, porém melhor do que o gosto forte e desagradável dos brometos comumente utilizados. Seus efeitos colaterais eram poucos. Sua dosagem terapêutica ficava bem abaixo da dosagem fatal. Entretanto, o consumo prolongada provocava tolerância à droga, o que levava a aumentar a dose para obter o efeito desejado. Assim, overdoses fatais não eram incomuns. (Wikipedia)

She died of an overdose of veronal. She’s been taking it lately for sleeplessness. Must have taken too much. — Agatha Christie, The Murder of Roger Ackroyd, Chapter 1.

Sua aplicação prolongada produz dependência. Uma overdose provoca facilmente a morte. Devido a estes efeitos secundários foi substituido a partir dos anos 60 do século XX por outros princípios ativos como as benzodiazepinas. Atualmente não é mais encontrado no mercado.

Foi a droga escolhida pela poeta portuguesa Florbela Espanca para seu suicídio, em 1930.

Leitura complementar
Veronal – 1911 Encyclopedia

Elizabeth Canning

– Faz pensar no caso de Elizabeth Canning – disse Japp. – Lembra? Uma porção de testemunhas de ambas as partes jurou ter visto a cigana, Mary Squires, em dois lugares diferentes da Inglaterra. E testemunhas de toda a confiança, aliás. E a mulher tinha uma cara tão horrenda que não podia haver outra igual. O mistério nunca ficou esclarecido. (Treze à Mesa, Nova Fronteira, 2005, pág. 66-67)

Elizabeth Canning

Elizabeth Canning

Elizabeth Canning (1734-1773) foi uma mulher pobre, que nasceu e trabalhava em Londres como empregada para o carpinteiro Edward Lyon quando desapareceu em 1º de janeiro de 1753. Testemunhas afirmaram que ela era boa trabalhadora e tinha bom caráter (o que naquela época significava que praticava a castidade).

Quando Elizabeth reapareceu quase um mês depois, na casa de sua mãe, ela disse que havia sido raptada por dois homens que arrancaram parte de suas roupas, a roubaram e bateram em sua cabeça, deixando-a desacordada, mas não a molestaram. Ao recuperar os sentidos, ela estava numa casa estranha.

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Ricina

“Caro Sr. Blunt:
Tudo leva a crer que o veneno empregado foi ricina, toxalbumina vegetal tremendamente forte. Mantenha segredo por enquanto, por favor.” (Sócios no Crime, Ed. Record, 1987, pág. 134)

Mamona (Ricinus communis L.)

Eu não sei quanto a vocês, mas brinquei muito com a matéria-prima da ricina quando era criança: usava os frutos do pé de mamona do quintal de casa como munição de estilingue. A casca de espinhos macios não chegava a machucar o alvo (geralmente meu irmão mais novo), apenas o suficiente para arder. Hoje em dia a mamona serve a propósitos mais nobres como a fabricação de biodiesel, mas naquela época minha mãe não sabia do potencial mortífero da sementinha, caso contrário meu imão teria passado por uma infância talvez mais dolorida (eu teria que apelar para outras sementes – de abacate, por exemplo).

Por sorte não é tão fácil assim ficar exposto à ricina: esta toxina é obtida da pasta feita com a semente da mamona, subproduto do óleo de rícino. O oléo de rícino não é venenoso e vem sendo usado como laxante desde a época do antigo Egito. O óleo não é venenoso porque a ricina não é lipossolúvel.

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Ptomaína

O médico inclinou-se para Tuppence.
– Diante das circunstâncias, não há necessidade de esconder nada. A não ser pelo episódio do chocolate, acredito que estas mortes tenham sido provocadas por ptomaína, mas do tipo incomum, mais virulento. Constatei inflamação gastrointestinal e hemorragia, assim, estou levando a pasta de figo para ser analisada. (Sócios no Crime, Ed. Record, 1987, pág. 129)

Definição do dicionário KingHost:

PTOMAÍNA s.f. Nome de vários compostos químicos relacionados com o amoníaco. — Formam-se como produtos residuais da ação de bactérias que causam a decomposição de matéria orgânica vegetal ou animal. Têm certa semelhança com os alcalóides encontrados em vegetais e animais venenosos.

Definição do dicionário Houaiss:

1 putrefação cadavérica
2 a parte putrefata de um organismo animal
3 infecção que resulta de contato com essa putrefação
4 Rubrica: bioquímica.
cada uma das diversas moléculas orgânicas ricas em nitrogênio e formadas em conseqüência da decomposição de matéria orgânica de origem animal

De qualquer forma, é uma palavra que não ouvimos/vemos mais atualmente porque não existe mais o que se conhecia por “envenenamento por ptomaína” na época de Agatha Christie. Com as novas descobertas da medicina e da ciência mudou-se a nomenclatura: hoje em dia se diz “intoxicação alimentar por bactérias”, geralmente do tipo salmonela ou Campylobacter, campo do Dr. Bactéria.

A ptomaína (do grego ptōma, corpo caído, cadáver) agora denomina substâncias químicas formadas no processo de decomposição de tecidos animais e vegetais.

Dicas

Frete grátis e descontos no Submarino
Durante 72 horas, o site Submarino não cobrará o frete na compra de dois livros ou mais, para todo o Brasil. Diversos livros de Agatha Christie estão com desconto e saem por R$7,90. Tem também alguns títulos por R$8,80 , R$10,90 e outros preços convidativos.

Maravilhas Modernas: Venenos
Na próxima segunda-feira, dia 2/6, o canal The History Channel transmite o episódio da série Maravilhas Modernas sobre venenos. Às 20h com reprises programadas para a meia-noite do mesmo dia e o meio-dia da terça-feira.

Dr. Crippen

– A personalidade de um criminoso, George, é uma questão interessante. Há muitos assassinos que são homens de grande encanto pessoal.
– Sempre ouvi dizer, senhor, que o Dr. Crippen era um homem de fala muito agradável. Mas mesmo assim fez picadinho da mulher. (O mistério do Trem Azul, Ed. Abril Cultural, pág. 202)

Dr CrippenHawley Harvey Crippen, que mais tarde tornou-se celebremente conhecido como Dr. Crippen, nasceu no estado de Michigan/EUA em 1862 e exercia as profissões de médico homeopata e dentista. Ele casou-se com a enfermeira Charlotte Bell enquanto era residente de medicina; tiveram um filho, Otto, que foi entregue aos pais de Crippen quando Charlotte morreu pouco tempo depois.

Sua segunda esposa Kunigunde Mackamotski nasceu no Brooklyn em 1873 e mudou seu nome para Cora Turner, mas preferia ser chamada pelo nome artístico Belle Elmore. Belle era cantora de teatro de revista em Nova Iorque e tinha 19 anos quando conheceram-se e se casaram em setembro de 1892; Crippen tinha 30 anos.

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Antimônio

– Não havia nenhum traço de arsênico – continuou. – Mas havia antimônio. E, sendo assim, partiremos imediatamente para Hertfordshire. Peço aos céus que não seja muito tarde. (Os quatro grandes, Ed. Record, pág. 162)

Rápido! Ministre uma dose de Dimercaprol! Este composto químico, também conhecido como British anti-Lewisite (BAL), é o antídoto ideal para os casos de suspeita de envenenamento por antimônio, arsênico, bismuto, ouro, mercúrio, tálio e chumbo, além de ser usado no tratamento da Doença de Wilson. É quase um bezoar.

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The Mysterious Affair at… All Saints ?

Dame Agatha já faleceu há muitos anos mas, curiosamente, elementos de sua vida ainda geram mistérios… Veja este caso na igreja em que a dama do crime foi batizada:

The wardens, aged in their 60s and 70s, held night-time vigils in an adjacent hall in the hope of seeing the thieves who had stolen an estimated £25,000 worth of lead from the flat roof.

Their patience was rewarded when a suspect was captured by police at dawn and arrested.

All Saints Church in Torquay, Devon, is known as Agatha Christie’s church and was built with money donated by her father, Frederick Miller.

Leia a matéria completa clicando aqui.

Outro texto a respeito pode ser lido clicando aqui.

Jasmim amarelo

Gelsemini radix – Jasmim Amarelo. Composição: alcalóides gelseminol. C22H26N2)3, um veneno potente que age como conlina; gelsemina C12H14NO2, que age como estricnina; ácido gelsêmico, etc. Gelsêmico é um poderoso sedativo dos sistema nervoso central. No último estágio de sua ação, paralisa os terminais dos nervos motores, e em grandes doses causa vertigens e perda da força muscular. A morte é causada pela paralisação do centro respiratório. (Os quatro grandes, Ed. Record, pág. 99)

Família – Loganiáceas.
Sinonímia – Jasmim da carolina, jasmim cheiroso, jasmim selvagem, jasmim amarelo, jasmim da virgínia, flor de diana.
Resumo descritivo – Planta trepadeira com belas flores amarelas com aroma de jasmim.
Uso conhecido – Utilizada em casos de nevralgias, dores reumáticas, cefaléias, histeria e convulsões.
Parte usada – A planta toda.
Nota – O uso desproporcional pode causar distúrbios, portanto, deve ser manipulada e dosada por pessoa qualificada e habilitada. (Phitoherb)

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Curare

– Receio que não. Há o curare, é claro.
Alonguei-me bastante sobre os efeitos do curare, mas a governanta parecia ter perdido novamente o interesse. (O Assassinato de Roger Ackroyd, Círculo do Livro, pág. 16)

Curare tem sido utilizado por muitos séculos nas florestas tropicais da América do Sul como um veneno extremamente forte, e utilizado em flechas. O nome provém de palavras indígenas woorari, woorali, urari, que significa veneno. O pesquisador Walter Raleigh e diversos outros exploradores da América do Sul registram o uso de curare entre os índios, que teria sido registrada inicialmente pelo geógrafo Alexander von Humboldt em 1807. (Inova Unicamp)

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