Revisão dos clássicos: Alterações das linguagens consideradas ofensivas chegam à obra de Agatha

Uma matéria de Toyin Owoseje em 27.03.2023 no site da CNN conta que os livros de Agatha são as mais recentes obras clássicas a serem revisadas para serem “removidas referências racistas e outras linguagens consideradas ofensivas para o público moderno”. Vale lembrar que, muitos anos atrás, o clássico “Ten Little Niggers” (considerado um dos dez livros mais vendidos da história da literatura mundial) teve seu título alterado, como lembramos ao final deste post:

De acordo com o jornal The Telegraph do Reino Unido, a editora HarperCollins editou algumas passagens e removeu completamente outras de suas novas edições digitais de alguns dos mistérios dos detetives Hercule Poirot e Miss Marple.

As emendas aos livros, publicados entre 1920 e 1976, ano da morte de Christie, incluem mudanças no monólogo interior do narrador. Por exemplo, a descrição de Poirot de outro personagem como “um judeu, é claro” no romance de estreia de Christie, “The Mysterious Affair at Styles” (O Misterioso caso de Styles), de 1920, foi retirada da nova versão.

Ao longo da versão revisada da coleção de contos “Os casos finais de Miss Marple e duas outras histórias”, a palavra “nativo” foi substituída por “local”, relata o jornal The Telegraph.

Uma passagem que descreve um servo como “negro” e “sorridente” foi revisada e o personagem agora é simplesmente referido como “o que acena”, sem referência à sua raça.

E no romance de 1937 “Morte no Nilo”, as referências ao “povo núbio” foram removidas.

O Telegraph relata que a HarperCollins lançou algumas das reedições em 2020, com mais a serem reveladas.

A CNN entrou em contato com a HarperCollins e a Agatha Christie Ltda., a empresa que lida com os direitos literários e de mídia da autora falecida, para comentar.

As mudanças no material de origem ocorreram depois que surgiu no mês passado que os clássicos livros infantis de Roald Dahl receberam tratamento semelhante.

Leia o artigo completo clicando aqui.

Leia também em O Globo:
Romances de Agatha Christie têm trechos ‘potencialmente ofensivos’ removidos de novas edições

Posts relacionados:
E Não Sobrou Nenhum: Diferenças nas traduções [junho de 2020]
Livros de Agatha: Títulos em traduções curiosas [agosto de 2020]

[*] “Ten Little Niggers” foi publicado pela primeira vez no Reino Unido pelo Collins Crime Club a 6 de novembro de 1939, como Ten Little Niggers, provindo da canção de menestrel Ten Little Indians. A edição dos EUA foi lançada em janeiro de 1940 com o título “And Then There Were None”, que provém das últimas cinco palavras da canção. Todas as reimpressões e adaptações americanas sucessivas usam esse título, exceto os livros de bolso de Pocket Books publicados entre 1964 e 1986, que aparecem sob o título “Ten Little Indians”. No Brasil foi publicado como “O Caso dos Dez Negrinhos” e atualmente como “E Não Sobrou Nenhum”. Em Portugal, foi publicado como “Convite para a Morte” em 1948, “As Dez Figuras Negras” em 2003, e “No Início, Eram Dez…” em 2020. A Publications International lista o romance como o sexto título mais vendido no mundo.

Leia mais a respeito em
wikipedia.org/wiki/And_Then_There_Were_None

Histórias de Miss Marple: Uma homenagem a Agatha Christie

O Skeelo traz texto sobre o livro “Histórias de Miss Marple: Uma homenagem a Agatha Christie”, disponível para compras nas principais plataformas a partir de 15.02.2023:

Pela primeira vez em 45 anos, Miss Marple volta às páginas para investigar novos crimes. Agora nas narrativas de doze autoras contemporâneas, a clássica personagem é levada a uma volta ao mundo para desvendar mistérios que só podem ser resolvidos por ela. Nesta coletânea, a detetive investigará um jantar de Natal interrompido por convidados inesperados, descobrirá que o palco da Broadway, em Nova York, está pronto para uma improvisação perigosa e verá um escritor de férias na Itália ser pego em uma situação absurda.

Nas vozes de autoras best-sellers como Lucy Foley, Leigh Bardugo e Alyssa Cole, Miss Marple se apresenta a um novo público sem deixar para trás a essência que a marcou como uma das detetives mais icônicas da literatura, em uma grande homenagem à Rainha do Crime.

Links diretos:
https://skeelo.com/
Na Amazon

Marple: Livro descreve a grande detetive de Agatha Christie

Abaixo, um trecho do artigo…

Novo livro explica a popularidade de Miss Marple, de Agatha Christie

publicado no Estadão, a partir de matéria do The Washington Post, em 10.11.2022:

(…) Esta senhora inspirou várias encarnações teatrais, desde a calorosa Margaret Rutherford até a perfeitamente discreta Joan Hickson. E agora ela chamou a atenção de um grupo de autoras de best-sellers, cada uma tentando sua versão de Miss Marple em uma antologia chamada simplesmente Marple, lançada em 13 de setembro [de 2022]. O ilustre grupo conta com Kate Mosse, Val McDermid, Elly Griffith, Lucy Foley e Ruth Ware. Cada autora captura Christie – e Marple – com perfeição e também exibe um pouco de seu toque particular. A autora feminista Naomi Alderman, por exemplo, descreve um personagem masculino pomposo como alguém que tem uma voz que “explodiu do fundo da barba”. Mais tarde, ele é encontrado de bruços em cima do prato de carne assada, morto por overdose.

Então, o que Marple tem que Poirot não tem? Primeiro, ela é alguém com quem podemos nos identificar. Seria bom tomar um chá com ela. Talvez seja uma das poucas personagens palpáveis e elaboradas de Christie: a consumada solteirona inglesa, vivendo numa típica vila inglesa, com suas fofocas e intrigas. Marple, na verdade, representa toda uma geração de mulheres cujas esperanças de casamento foram frustradas pela perda de mais de um milhão de jovens nos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial. Como jovem de boa família naquela época, ela foi criada para arranjar um bom casamento e não estava preparada para muito mais que isso. Ela claramente tem um cérebro excelente. Em outras épocas, poderia ter ido para a universidade e conseguido uma profissão lucrativa. Em vez disso, ela tem de se contentar com seu jardim e boas obras na paróquia. Não é à toa que dedica seu cérebro e aguçados poderes de observação à resolução de crimes.

A grande vantagem de uma solteirona idosa é que ela é invisível. Ninguém pensa que ela é importante quando ela está lá sentadinha no saguão de um grande hotel com seu tricô. E aí ela ouve, observa e percebe pequenos detalhes que a polícia ignora: unhas roídas na garota errada, um comportamento que parece estranho à personagem. E ela faz comparações com personagens de seu vilarejo: o brilho de triunfo nos olhos de um vigarista a lembra do rosto do coroinha que ganhou na bolinha de gude. Aquele sorriso que ninguém notou. Só ela. (…)

Link para o livro na Amazon: clique aqui.

Marple: Twelve New Mysteries

Trechos da matéria “Novo livro explica a popularidade de Miss Marple, de Agatha Christie” (de Rhys Bowen, originalmente no The Washington Post), publicada no Estadão em 10.11.2022, a respeito de “Marple: Twelve New Mysteries”, lançado em setembro de 2022:

“(…) aí chegamos a Miss Marple, outra personagem constante de Christie. Esta senhora inspirou várias encarnações teatrais, desde a calorosa Margaret Rutherford até a perfeitamente discreta Joan Hickson. E agora ela chamou a atenção de um grupo de autoras de best-sellers, cada uma tentando sua versão de Miss Marple em uma antologia chamada simplesmente Marple, lançada em 13 de setembro. O ilustre grupo conta com Kate Mosse, Val McDermid, Elly Griffith, Lucy Foley e Ruth Ware. Cada autora captura Christie – e Marple – com perfeição e também exibe um pouco de seu toque particular. A autora feminista Naomi Alderman, por exemplo, descreve um personagem masculino pomposo como alguém que tem uma voz que “explodiu do fundo da barba”. Mais tarde, ele é encontrado de bruços em cima do prato de carne assada, morto por overdose.

Então, o que Marple tem que Poirot não tem? Primeiro, ela é alguém com quem podemos nos identificar. Seria bom tomar um chá com ela. Talvez seja uma das poucas personagens palpáveis e elaboradas de Christie: a consumada solteirona inglesa, vivendo numa típica vila inglesa, com suas fofocas e intrigas. Marple, na verdade, representa toda uma geração de mulheres cujas esperanças de casamento foram frustradas pela perda de mais de um milhão de jovens nos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial. Como jovem de boa família naquela época, ela foi criada para arranjar um bom casamento e não estava preparada para muito mais que isso. Ela claramente tem um cérebro excelente. Em outras épocas, poderia ter ido para a universidade e conseguido uma profissão lucrativa. Em vez disso, ela tem de se contentar com seu jardim e boas obras na paróquia. Não é à toa que dedica seu cérebro e aguçados poderes de observação à resolução de crimes.

A grande vantagem de uma solteirona idosa é que ela é invisível. Ninguém pensa que ela é importante quando ela está lá sentadinha no saguão de um grande hotel com seu tricô. E aí ela ouve, observa e percebe pequenos detalhes que a polícia ignora: unhas roídas na garota errada, um comportamento que parece estranho à personagem. E ela faz comparações com personagens de seu vilarejo: o brilho de triunfo nos olhos de um vigarista a lembra do rosto do coroinha que ganhou na bolinha de gude. Aquele sorriso que ninguém notou. Só ela.”

(…) No novo livro Marple, ninguém tentou mostrar a detetive como uma jovem brilhante, nem fazendo algo ousado na Primeira Guerra Mundial. Em cada conto, ela está como a conhecemos: gentil, frágil, idosa e sábia. Ela faz tricô. E pisca muito – o que não me lembro de ver a verdadeira Miss Marple fazendo. Alguns dos contos acontecem na vila natal de Miss Marple, St. Mary Mead, ou vilarejos ingleses semelhantes, enquanto outros locais são mais exóticos. Alyssa Cole a leva para Nova York, Jean Kwok para Hong Kong e Elly Griffiths monta sua deliciosa peça no sul da Itália. Todas as histórias são divertidas, intrigantes, mas devo dizer que descobri o culpado na maioria delas, o que não conseguia fazer nos romances de Christie.

Leia a matéria completa clicando aqui.

Links para compra do livro na Amazon:
https://www.amazon.com.br/Untitled-Marple-Collection-Agatha-Christie/dp/0063136058/
https://www.amazon.com.br/Untitled-Marple-Collection-English-Christie-ebook/dp/B09DNJ4ZZD/

Tommy e Tuppence: 100 anos de O Inimigo Secreto em 2022

Primeira capa no Reino Unido

2022 já vai longe e não podemos deixar de celebrar o segundo livro lançado por Agatha. “The Secret Adversary”, lançado em janeiro de 1922, recebeu no Brasil o título de “O Inimigo Secreto” (*). É a primeira obra de Thomas Beresford e Prudence Cowley, quando ainda não eram casados; a dupla Tommy e Tuppence Beresford participaria deste e de mais quatro livros da autora de 1922 até 1973:

A escritora inglesa Agatha Christie, nascida em 1890, é uma das romancistas mais renomadas do mundo. Conhecida também como a Rainha do Crime, ela se destacou por seus romances policiais, como O Assassinato no Expresso do Oriente, Morte no Nilo e Os Crimes ABC, assim como personagens marcantes como Hercule Poirot e Miss Marple. Há 100 anos, em 1922, Christie lançou o livro O Inimigo Secreto, um thriller que marcou a estreia de dois de seus personagens mais emblemáticos: o casal de detetives Tommy e Tuppence.

Enquanto Tommy é analítico, sempre pensando de forma lógica, Tuppence confia em sua intuição. Juntos, a dupla se tornou o único casal da autora a aparecer em mais de um livro, em narrativas cheias de espionagem, mensagens cifradas, segredos de Estado, fugas, perseguições, reviravoltas. As histórias da dupla são retratadas nos livros O Inimigo Secreto, Sócios no Crime, N ou M?, Um Pressentimento Funesto e Portal do Destino, que acompanham a dupla desde sua primeira investigação, a formação de sua agência de detetives, até depois de sua aposentadoria.

Leia mais no site da UFMG, clicando aqui.

Leia mais posts deste nosso A Casa Torta sobre a dupla clicando aqui:
https://acasatorta.wordpress.com/category/tommy-tuppence/

(*) “O Inimigo Secreto” é o título original no Brasil e “O Adversário Secreto” o das traduções atuais. Em Portugal, a situação é a inversa, sendo “O Adversário Secreto” o título original e “O Inimigo Secreto” o das edições mais novas. Há registros também de “Mr. Brown”…

Por falar em títulos, relembrando aqui um post de 2020:
Livros de Agatha: Títulos em traduções curiosas

No Wikipedia:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tommy_e_Tuppence_Beresford
https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Secret_Adversary

Veja também:
https://pt.frwiki.wiki/wiki/Tommy_et_Tuppence_Beresford

Livros com Tommy e Tuppence:

O Inimigo Secreto

Lançamento: janeiro de 1922
Título original: “The Secret Adversary”
Título em Portugal: “O Adversário Secreto” – veja (*) acima

Sócios no Crime

Lançamento: 1929
Título original: “Partners in Crime”
Título em Portugal: “O Homem que Era o nº 16” ou “Unidos pelo Crime”

M ou N?

Lançamento: 1941
Título original: “N or M?”
Título em Portugal: “Tempo de Espionagem” ou “N ou M?”

Um Pressentimento Funesto

Lançamento: novembro de 1968
Título original: “By the Pricking of My Thumbs”
Título em Portugal: “Caminho para a Morte” ou “A Premonição”

Portal do Destino

Lançamento: outubro de 1973
Título original: “Postern of Fate”
Título em Portugal: “Morte Pela Porta das Traseiras” ou “A Porta do Destino”


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Em Portugal:


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Capas das primeiras edições:

Alguns dos atores e atrizes que interpretaram o casal:

– Tommy: Carlo Aldini, James Warwick, André Dussollier, Anthony Andrews, David Walliams
– Tuppence: Eve Gray, Francesca Annis, Catherine Frot, Greta Scacchi, Jessica Raine

Boxes de Agatha: Links para Amazon, incluindo a caixa 9

O site da Rolling Stone publicou matéria sobre os boxes (agora 9, com o lançamento da nova caixa em setembro de 2021) com links para a Amazon:

Coleção Agatha Christie: Box 1 (2019)
https://amzn.to/3se2XQD

Coleção Agatha Christie: Box 2 (2019)
https://amzn.to/3HsmG5o

Coleção Agatha Christie: Box 3 (2019)
https://amzn.to/3HCsTM8

Coleção Agatha Christie: Box 4 (2019)
https://amzn.to/3HpTZWN

Coleção Agatha Christie: Box 5 (2019)
https://amzn.to/3roZPCs

Coleção Agatha Christie: Box 6 (2019)
https://amzn.to/3J45Bz5

Coleção Agatha Christie: Box 7 (2019)
https://amzn.to/3ATM69R

Coleção Agatha Christie: Box 8 (2019)
https://amzn.to/3rp040k

Coleção Agatha Christie: Box 9 (2021)
https://amzn.to/3shl08w

Veja os títulos de cada caixa em:
https://rollingstone.uol.com.br/vitrine/misterios-e-crimes-9-boxes-colecionaveis-de-agatha-christie-para-voce-garantir/

A Morte de Mrs. McGinty: Boa hora para reler

No site da PublishNews, um texto sobre a edição de “A Morte de Mrs. McGinty” da HarperCollins:

Com 80 obras lançadas, Agatha Christie (1890-1976) é uma das maiores vendedoras de livros da história. São poucos trabalhos dela que podem ser considerados fracos, e nenhum é desprezível. Mas vários selos que têm ou já tiveram a escritora no catálogo apresentam uma insistência em focar nos maiores campeões de vendas dela, como Assassinato no Expresso do Oriente ou Morte no Nilo, que podem ser encontrados em inúmeras edições diferentes. Por isso, é interessante ver agora nas livrarias “A Morte de Mrs. McGinty” (HarperCollins, 240 pp, R$ 49,90; Trad.: Stefano Volp). Escrito em 1952, é leitura rara até entre fãs declarados da autora. Tem uma trama intrincada, sobre o assassinato de uma senhora e as suspeitas dirigidas a seu inquilino. É um título que reúne dois personagens recorrentes em seus romances: o famoso detetive belga Hercule Poirot (que aparece em mais de 40 livros) e Ariadne Oliver, uma escritora de romances de mistério que volta e meia ajuda os investigadores principais do universo criado por Agatha Christie.

Veja em
https://www.publishnews.com.br/materias/2022/04/22/uma-agatha-christie-que-ninguem-le-muito

O Desaparecimento de Agatha: Mais uma versão, unindo realidade e ficção

Matéria da Veja de 30.12.2021 fala sobre o lançamento do livro “O Mistério de Agatha Christie”, da Editora Planeta:

No dia 4 de dezembro de 1926, um calhambeque Morris Cowley foi encontrado às margens de uma estrada na reserva de Newlands Corner, em Surrey, sudoeste da Inglaterra. No banco traseiro, um casaco feminino e uma carteira de motorista denunciavam a dona: a escritora Agatha Christie (1890-1976), rainha da literatura policial. Procurado pelos investigadores, o marido Archibald Christie (1889-1962) disse desconhecer o paradeiro da esposa. Nos dias que se seguiram, a polícia se debruçou sobre um mistério que parecia saído diretamente da mente engenhosa de Agatha. Os tabloides noticiaram tudo como se fosse uma grande novela, e até Arthur Conan Doyle (1859-1930), criador de Sherlock Holmes, se uniu às buscas.

O desfecho, porém, deixou pontas soltas: Agatha foi encontrada onze dias depois, hospedada em um hotel com um nome falso e desmemoriada. Agora, o livro O Mistério de Agatha Christie, lançado este mês pela Editora Planeta, tenta preencher as lacunas com uma boa dose de ficção. “Ninguém realmente sabe o que aconteceu. Ela disse que teve amnésia e se recusou a falar sobre o assunto. Há vários registros sobre o desaparecimento, mas Agatha não comentou praticamente nada”, disse a autora Marie Benedict em entrevista a VEJA.

Leia mais clicando aqui.

Update 11.01.2022 – Mais uma matéria a respeito, desta vez no Estadão: clique aqui para ler.

A Boneca da Modista: Uma questão de derrière

Hoje em dia a palavra “bunda” não escandaliza ninguém, mas ela não é comum na literatura de Agatha. O trecho selecionado é do conto “A Boneca da Modista”, incluído no livro “Os Últimos Casos de Miss Marple”. Aparece na página 120 da edição da L&PM, com tradução de Pedro Gonzaga.

Nova adaptação: Hugh Laurie dirige Why Didn’t They Ask Evans?

A notícia da semana é a adaptação de “Por Que Não Pediram a Evans” pelo eterno Dr. House. O ator Hugh Laurie será responsável pela produção, direção e roteiro de uma nova adaptação de “Why Didn’t They Ask Evans?” para BBC Studios:

(…) BritBox, which is owned by BBC Studios and ITV, just commissioned its biggest U.S. series to date: attaching House and The Night Manager star Hugh Laurie to write, direct, and executive produce an adaptation of Agatha Christie novel Why Didn’t They Ask Evans? for its North American service.

Hugh Laurie

The three-part limited series will be produced by Mammoth Screen, which handled such recent Christie adaptations as And Then There Were None and The ABC Murders.

Leia mais clicando aqui.

No site Deadline:

Hugh Laurie has signed up to write, direct, and executive produce an adaptation of Agatha Christie novel Why Didn’t They Ask Evans? for BritBox in North America.

The three-part limited series represents the BBC Studios and ITV-owned streamer’s biggest U.S. commission to date, and the project will be housed at Mammoth Screen, the Christie specialist behind recent adaptations of And Then There Were None and The ABC Murders, starring John Malkovich.

Leia mais clicando aqui.

Map Back: Mapas para os leitores de Agatha

As fotos abaixo, publicadas por Dilson Filho no grupo Agatha Christie Brasil no Facebook, são de uma antiga coleção americana de livros policiais, “Dell Publishing” (que também publicava livros de outros autores), na qual esses mapas eram acrescentados no verso dos livros. Segundo Dilson, a Dell lançou essa coleção intitulada “Map Back” justamente pelo fato de apresentar os mapas no verso dos livros entre os anos 1940 e 1950.

Globo Livros: Agatha em oferta no Submarino até 28.02.2021

Atenção para a promoção em fevereiro de 2021:

Livros em oferta no Submarino! Utilize o cupom AGATHA para garantir 1 livro com 10% OFF, 2 livros com 15% OFF ou 3 ou mais livros com 20% OFF. Cupom válido para livros desta seleção vendidos e entregues por Submarino de 01/02/2021 até 23h59 do dia 28/02/2021 ou até os primeiros 2.000 pedidos.

Link:
https://www.submarino.com.br/landingpage/agatha-christie?opn=AFLNOVOSUB&epar=b2wafiliados&franq=AFL-03-5923346

Morte no Nilo: Sem data para estreia

De acordo com o site CinePop, o lançamento da nova versão cinematográfoca de “Morte no Nilo”, adaptação do livro de Agatha com Gal Gadot e grande elenco, foi adiado por tempo indeterminado…

Leia mais clicando aqui.

Outros posts sobre o novo filme: clique aqui.

Uma curiosidade sobre as adaptações: o livro originalmente se chama “Death On The Nile”. No Brasil, a edição (linda e clássica) do Círculo do Livro, publicada nos anos 80, grafou na capa “A Morte No Nilo”. Já o (excelente) filme de 1978 chegou ao Brasil como “Morte Sobre o Nilo”. As versões brasileiras atuais do livro, bem como o novo filme em produção, foram lançados como “Morte No Nilo” mesmo…

Livros de Agatha: Títulos em traduções curiosas

A mesma estranheza que os britânicos poderiam ter com as traduções dos títulos de Agatha nas mais diversas línguas, tantos os brasileiros quanto os portugueses também têm em relação à diferença dos títulos em Portugal e no Brasil. Claro que isso não é “privilégio” da literatura: acontece demais no cinema. Mas abaixo vão apenas alguns dos casos mais estranhos com relação à tradução dos títulos originais da dama do mistério, especialmente a diferença entre os dois países de língua portuguesa.

THE MURDER ON THE LINKS (1923)
– Assassinato no Campo de Golfe (BR)
– Poirot, o Golfe e o Crime (PT)

THE BIG FOUR (1927)
– Os Quatro Grandes (BR)
– As Quatro Potências do Mal (PT)

PARTNERS IN CRIME (1929)
– Sócios no Crime (BR)
– O Homem que Era o nº 16 (PT)

THE MURDER AT THE VICARAGE (1930)
– Assassinato na Casa do Pastor (BR)
– Encontro com um Assassino (1982) / Crime no Vicariato (2001) (PT)

PERIL AT END HOUSE (1932)
– A Casa do Penhasco (BR)
– Perigo na Casa do Fundo (PT)

LORD EDGWARE DIES (1933)
– Treze à Mesa (BR)
– A Morte de Lorde Edgware (PT)

Veja mais títulos clicando aqui.

O Misterioso Caso de Styles: Um capitulo alternativo

Há duas boas curiosidades na edição 2019 de “O Misterioso Caso de Styles” da Coleção Folha.

[1] Da página 9 à 15 — portanto, antes da história começar –, há um prólogo chamado “O Misterioso Caso de Styles: Uma Introdução”, de autoria de John Curran (autor de “Os Cadernos Secretos de Agatha Christie”). Sugiro que seja lido apenas ao final do livro.

[2] Da página 227 à 239, há uma versão alternativa do capítulo 12 (o livro tem 13 capítulos).

Fica a curiosidade e, para quem nunca leu, o mistério…

Livraria do Globo: Primeira tradução de Agatha é da Coleção Amarela

Sérgio Bandeira Karam, tradutor e mestre em Estudos de Literatura pela UFRGS, e Denise Bottmann, historiadora e tradutora, escreveram dois artigos sobre a Coleção Amarela da Livraria do Globo de Porto Alegre (1931-1956). Segundo eles, o primeiro livro de Agatha Christie em tradução brasileira foi “O Trem Azul”, por J. de Sousa, como volume 27 desta Coleção Amarela, em 1933 (o original de Agatha é de 1928):

Em termos comparativos, a presença de Agatha Christie mostra uma constância que se destaca no conjunto: publicada a partir de 1933, aparece regularmente com novos títulos até 1951, e é com a reedição de uma obra sua que a coleção se encerra em 1956.

Foram 11 obras de Agatha (com 2 títulos repetidos, totalizando 13 volumes), sendo a maioria, na época, com títulos diferentes dos que outros conhecemos, incluindo o próprio “O Trem Azul”, hoje “O Mistério do Trem Azul”.

Os dois links:

A Coleção Amarela da Livraria do Globo
A Coleção Amarela da Livraria do Globo (1931-1956)

Um interessante trecho:

Em seu terceiro número, de dezembro de 1936, a revista deu início à serialização de um romance intitulado Um crime no Expresso de Stambul, da autoria de um certo Sir Ronald MacMunn, que se prolongou em várias partes pelos números 4, 5, 6 e 8. Nesse meio tempo, a revista promoveu um concurso entre seus leitores, “Quem matou o gangster Cassetti?”, para que se identificasse o perpetrador do crime relatado no romance. Encerrada a serialização no oitavo número, A Novela divulgou em seu nono número o resultado do concurso e revelou a brincadeira:

Temos o prazer de dar aqui o resultado do grande concurso que esta revista promoveu em torno do romance “Um crime no Expresso de Stambul”, de Sir Ronald MacMunn. Preliminarmente devemos informar que este livro na realidade se chama “Um crime no Expresso do Oriente”, foi escrito por Miss Agatha Christie e tem como figura central o seu famoso detetive Hercule Poirot. Fizemos a “camouflage”com o intuito de evitar que, procurando ler o original do citado romance de Miss Christie, os concorrentes chegassem à solução certa sem dar trabalho às suas “células cinzentas”, na expressão de M. Poirot(apud GIARDINI2015).

(Diga-se de passagem que, nessa camuflagem, Poirot passaraa se chamar Monet.)

E Não Sobrou Nenhum: Diferenças nas traduções

A diferença das traduções de duas edições muito diferentes, separadas por mais de 30 anos e uma mudança de título. A da esquerda vem da página 24 de “O Caso dos Dez Negrinhos”, edição da Editora Globo de 1988 com tradução de Leonel Vallandro. A da direita, página 45 de “E Não sobrou Nenhum”, edição da Coleção Folha de 2019 com tradução de Renato Marques de Oliveira.