Patricia Highsmith: A mãe do suspense, por Felipe Machado

Patricia Highsmith

Matéria de Felipe Machado de 21.05.2021 no site da Isto É fala sobre a escritora Patricia Highsmith e seu personagem Tom Ripley e cita Agatha:

No início do século 20, tramas misteriosas de autores britânicos como Sir Arthur Conan Doyle e Agatha Christie valorizavam nomes da estirpe de Sherlock Holmes e Hercule Poirot – detetives que defendiam a lei em casos intrincados que apenas seus cérebros geniais eram capazes de solucionar. Nos anos 1950, do outro lado do Atlântico, uma autora americana passou a subverter essa literatura de suspense ao apresentar como protagonista de sua obra um homem oposto a tudo isso: Tom Ripley, um psicopata cruel, assassino tão charmoso quanto perigoso. O que foi ainda pior, no entanto, é que os leitores se apaixonaram por ele.

Sua criadora, Patricia Highsmith, era uma mulher estranha: lésbica que odiava mulheres, misógina e preconceituosa. Criava caramujos como animais de estimação – e os levava na bolsa quando comparecia a festas. À frente da máquina de escrever, porém, suas obsessões ganhavam vida em personagens complexos e antimaniqueístas, prováveis versões de quem ela teria sido se não houvesse leis no mundo fora das páginas.

Em 2021, comemora-se o seu centenário. A editora Intrínseca relança sua coleção, começando por “Em Águas Profundas”. Na sequência, dois títulos que ganharam populares adaptações cinematográficas: “O Talentoso Ripley” e “Ripley Subterrâneo”. Ele é o anti-herói por quem acabamos torcendo, mesmo diante de toda a sua crueldade – isso era inédito antes de Patricia Highsmith. A americana criou um estilo tão inovador que é considerada “a mãe do thriller”, suspense psicológico que hoje vende milhões de cópias e tem entre seus expoentes nomes como Harlan Coben e Gillian Flynn, cujas obras estão junto às mais adaptadas para o cinema. O trabalho de Highsmith também ganhou as telas inúmeras vezes, não só com as tramas de Ripley, mas desde o seu livro de estreia: “Pacto Sinistro” foi publicado em 1950 e transformado em filme no ano seguinte – por ninguém menos que Alfred Hitchcock.

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Dicas de suspense: A Mulher na Janela na Netflix e A Mulher na Cabine 10 nas livrarias

Estreou em 14.05.2021 na Netflix o suspense “A mulher na janela”. O filme é baseado em um livro da escritora A. J. Finn e conta a história de Anna Fox, uma mulher que sofre de agorafobia, um transtorno de ansiedade ligado a lugares desconhecidos. Matéria no site Liberal fala sobre essa estreia e também sobre um livro “com ares de suspense de Agatha”:

Anna toma remédios que podem causar alucinações e é alcoólatra. Anna passa seus dias observando pela janela a rotina dos vizinhos. Com esse hábito, testemunha um assassinato ser cometido. Contudo, Anna é desacreditada a tal ponto que o próprio leitor fica em dúvida sobre o que realmente ela viu.

Essa premissa é semelhante a outros suspenses com protagonistas femininas que chegaram às livrarias nos últimos anos. Em maior ou menor grau, todos estão falando de uma tática de manipulação que ficou conhecida pelo termo “gaslighting”.

Basicamente, consiste em desacreditar as afirmações de uma mulher, muitas vezes chamando-a de louca. O gaslighting é uma tática muito usada em relações abusivas, quando uma mulher passa por manipulações psicológicos tão profundas que seu senso de realidade é abalado.

(…) Outro livro recente que traz uma protagonista não confiável que presencia o que pode ser um crime é “A mulher na cabine 10”, de Ruth Ware. A jornalista Laura Blacklock está cobrindo a viagem inaugural de um cruzeiro quando escuta, na cabine ao lado, o que acredita ser um assassinato. Ela aciona a segurança do navio, mas descobre que a acomodação não tem nenhum passageiro registrado.

O testemunho de Laura é colocado à prova quando o segurança descobre que ela passou recentemente por um assalto à sua residência e toma remédios para ansiedade. Apesar de demorar um pouco para engatar, o livro tem ares de suspense de Agatha Christie.

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